Da liberdade alienada a soldados de oração

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Cem milhões de vozes. Cem milhões de histórias. Cem milhões de soldados.
Sabe o que é? É que "eu nunca vi um soldado de Cristo se aposentar" (Pr. Alan Kleber Rocha).

 Cerca de cem milhões de pessoas são perseguidas por seguirem a Cristo, em todo o mundo. Por perseguição, entenda-se hostilidade: desde a discriminação de um jovem cristão na escola até o espancamento em praça pública ou, até mesmo, execução, isso tudo é perseguição. São muitas as histórias de mártires que poderíamos contar. O sangue deles é a semente da Igreja de Cristo. Mas, por trás de uma história de martírio, existem milhares de histórias de resistência.
 Um cristão morre em um container de metal, na Eritréia, nordeste da África. Centenas permanecem vivos, na mesma situação, orando sem cessar. Eles não pedem somente por eles mesmos. Eles voltam seus olhos e corações até uma terra muito distante, cruzando o oceano. Suas orações chegam até o Brasil e intercedem por nós diante do Rei. Uma cristã é espancada na Índia e separada dos seus filhos. Ao invés de reclamar o seu destino, ela louva. Enquanto isso, suas amigas cristãs que permaneceram no vilarejo sem serem descobertas, unem-se em oração e erguem louvores ao Pai. Um pastor é aprisionado no Uzbequistão, separado de sua esposa e filhas. Ele não pode ler a Bíblia, nem compartilhar seus ensinamentos com outros presos. Ele é colocado no meio de criminosos. Mas, ao olhar para sua cela, os carcereiros encontram um homem sereno, de joelhos, mãos erguidas aos céus, orando ao Deus em quem ele confia. Sua esposa, mesmo diante dessa situação, começa a compartilhar o Evangelho com muito mais pessoas que antes. Suas filhas louvam a Deus, ainda que as circunstâncias digam que isso é inútil. Elas permanecem no Caminho.


Será que nós não estamos escutando? Será que já não permanecemos tempo demais ESPERANDO que outros façam o trabalho que é nosso e que poucos se envolvam com pessoas que são nossa família? Será que não passamos tempo demais vivendo numa LIBERDADE ALIENADA?

Se abrirmos nosso coração e aguçarmos nossos ouvidos, poderemos ouvir a oração que vem dos containers, o canto que vem dos vilarejos. Poderemos sentir a fé dessas pessoas. E, mais que isso, poderemos ganhar nova percepção da nossa fé. Será que não estamos ignorando a amplitude do que significa ser IGREJA? Quando iremos cansar de ser membros separados uns dos outros, que acham que podem funcionar muito bem assim?! Somos um corpo! Estamos, mais do que nunca, diante de uma NUVEM DE TESTEMUNHAS, mas teimamos em continuar do mesmo modo: alienados. Quando vamos nos lembrar de que o edifício do qual fazemos parte tem milhões de milhões e milhares de milhares de pedras? E quando vamos perceber que estamos deixando de lado a nossa própria família? Quando vamos nos aproximar e chorar os dramas deles? Queremos levantar nações, mas não nos pomos de joelhos para isso. Quando vamos entender que nossa oração não diminui a perseguição, mas aumenta a fé? Provavelmente, quando a perseguição nos atingir. NÓS somos os algozes dessas pessoas quando ignoramos o fato de que somos parte de uma mesma família. É hora de ASSUMIR o compromisso de sermos SOLDADOS DE ORAÇÃO. É hora de conhecer o mundo real. É hora de AGIR. É hora de ser, intensamente e integralmente, CORPO DE CRISTO, FAMÍLIA, IGREJA!
 Porque, afinal de contas, se NÓS não nos importarmos... Quem o fará?

Esperando que o Eterno nos desvende os olhos e abra os nossos ouvidos e, em nome os cristãos perseguidos,

Carol Acioli

Pequenas grandes atitudes

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Estive refletindo ontem sobre nosso papel como jovens cristãos no cotidiano. Acho que quase todos já ouvimos falar que "o que fazemos na terra ecoa na eternidade". E C.S.Lewis já dizia que "o que não é eterno, é eternamente inútil". Ou seja, o que não tem valor eterno, não tem valor algum.
Mas o que isso tem a ver com nossas ações e nossa rotina? Bom, sabemos que Deus nos preparou para as boas obras (2Timóteo 3:16 e 17 ) e, mais do que isso, sabemos que Ele coloca sobre nós a responsabilidade de sermos diferentes e fazermos a diferença no mundo (Mateus 5: 13-16 ). Sério, sem esse papo alá TV Globo de "Vamos juntos, todo mundo, fazer um mundo melhoooor, sem violência nem probreeeeza!" #vozinhadaxuxa
Sempre vai haver pobreza no mundo e sempre vai haver violência, porque sempre existirão pessoas que ganham muito mais que as outras e sempre existirão pessoas que apelam para a agressividade para resolver a situação. Sem essa de "Heal de Word" ¬¬'
Mas nós temos, sim, a responsabilidade de fazer desse mundo O MELHOR POSSÍVEL. Não é uma panacéia, a gente não vai erradicar a pobreza, a doença, a violência, a desigualdade social e a maldade. Isso é quase o Reino dos Céus. O que temos de fazer é cuidar da criação da melhor maneira que pudermos e, aí sim, podemos falar de um compromisso individual e de uma responsabilidade coletiva, simultaneamente.

Sim, cada um deve fazer sua parte ( eu espero MESMO que isso não esteja soando como o discurso alá Globo, pessoal) e todos devemos agir conjuntamente para melhorar o que pudermos. Sabe o que isso implica? Não apenas caridade. Comumente as pessoas leem "boas obras" na Bíblia e entendem por caridade. É uma interpretação muito simplista e pequena. Boas obras implica SANTIFICAÇÃO, na análise mais profunda que possamos fazer. Ter uma vida santa não é ser isento de pecado (erros), mas sim procurar afastar-se cada vez mais deles. É procurar viver segundo o coração de Deus, olhar para o exemplo e alvo que é Jesus e lembrar das palavras do apóstolo Paulo: "Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo"(1 Coríntios 11:1). Não seremos iguais a Ele - ninguém nunca foi, nem nunca será - mas teremos uma vida mais "plena" e cheia de Deus. Todos estamos vazios, "Ele está cheio e transborda" (C.S.Lewis). Jesus = Deus e, por isso, Ele não tem pecado. Mas quando estava aqui, pisando o chão que a gente pisa, ele não parava de dar exemplo na sociedade. Não apenas curando, mas ensinando aos seus dscípulos como deviam se portar diante da sociedade. Jesus ensinou não só como se portar diante de Deus, mas diante dos homens. Ele reafirmou o que os 10 mandamentos já diziam (dos 10, 4 referem-se à nossa relação com Deus e 6 ao relacionamento com o semelhante). Jesus = Deus, mas Ele jamais humilhou um homem, por mais "ruim" que ele fosse. Jesus = Deus, mas jamais desrespeitou seus pais, não foi subversivo nem mesmo quando Pilatos (autoridade humana) achou que tinha poder sobre Ele. Jesus = Deus, mas jamais pisou nos sonhos de alguém pra alcançar seus objetivos.

Se Jesus estivesse aqui, vivesse no nosso tempo, ele possivelmente usaria internet, divulgaria seus ensinamentos por blog, facebook,orkut. Conversaria com seus discípulos por MSN, enviaria email para os amigos desejando feliz aniversário... E nada O impediria de transformar água em vinho, de multiplicar pães e peixes, de ressuscitar mortos ou de passar horas conversando com as pessoas ou falando do Seu amor para com elas. Nada o impediria de morrer por nós, de pagar nosso preço e ressuscitar para nossa esperança e para que nossa fé não fosse em vão. Sabe por que? Porque ELE É O MESMO seeeeempre!

Nós queremos ser imitadores desse Homem? Então comecemos reconhecendo nossas limitações e todas elas se resumem a uma coisa só, que é bem sabida e que eu já falei: Ele é Deus. Nós não. Ele não está submetido ao Cronos, nós somos cronológicos. Nós somos apenas estátuas do autor. Ele é o Criador, nós a criatura.
Reconhecido isso, não caiamos no outro extremo: não somos nada, portanto que posso fazer eu? Olha só, tem tanto, nem tão pouco! Nós somos o maior milagre do mundo, pessoal. Somos a obra prima de Deus e, em nós, a algo de "divino". Temos algo Dele dentro de nós: "Façamos o homem a nossa imagem e semelhança" (Gênesis 1: 26 e 27). E como se não bastasse os talentos que ele dá a TODOS OS HOMENS (falando de todos mesmo, quer crentes, quer não), Ele ainda dotou os Seus filhos de DONS e os capacitou para usar seus dons e talentos para Sua glória. Glorificamos a Deus não só quando trabalhamos nas programações da igreja, mas principalmente, quando somos Seus filhos no nosso dia-a-dia. E não precisamos ficar de pé no terminal de ônibus bradando "Jesus Cristo salvaaaaaaaa" ( acredite, acontece). É certo que devemos evangelizar, mas, muitas vezes, a evangelização que mais dá certo é sutil e não raro nós nem percebemos, mas as pessoas sim, se é que agimos de tal maneira.

Somos nós, filhos do Altíssimo, os primeiros a ceder o assento do ônibus ao idoso/ à gravida que sobe no veículo, ou fazemos como muitos e olhamos para os lados dando uma de desentendido? Nos esforçamos para ser excelentes nos nossos estudos, no nosso trabalho? Somos os alunos responsáveis ou somos os que mais perturbam a aula? Somos os funcionários esforçados ou somos preguiçosos e sempre deixamos pra fazer amanhã o que dá pra fazer hoje? Somos nós os primeiros a amparar os tristonhos ou ignoramos o que percebemos - pq a gente percebe mesmo - por acharmos que 'não é problema meu'? Somos aqueles a quem pessoas que nem conhecem a Cristo recorrem nas horas difíceis ou quando precisam de um conselho, ou nós é que recorremos a elas, desesperando-nos no primeiro obstáculo, esquecendo de Quem é por nós? Somos reconhecidos como bons filhos? Respeitamos as autoridades constituídas sobre nós, mesmo quando discordamos delas? Nossas palavras são pedras ou flores? Quando falamos, espalhamos palavras boas ou só abrimos a boca pra reclamar dos outros, pra falar mal dos outros e pra apontar seus erros, esquecendo que somos tão humanos quanto qualquer ladrão? Somos aqueles que argumentam com firmeza sobre o que acreditamos ou mudamos facilmente de opinião, nos deixando levar ao sabor da corrente? Somos educados? Somos dispostos? Oramos por pessoas que não necessariamente são nossos amigos? Torcemos pelo sucesso deles ou queremos mais é que eles se dêem mal, porque são "pecadores"? Será que conseguiríamos orar por um rapaz dentro de um ônibus que, visivelmente cansado depois de um dia inteiro de trabalho ou estudo, tira de sua mochila uma Bíblia e começa a ler? Seriamos capazes de dizer-lhe: "Deus te abençoe. Vc ta lendo um livro muito bom"? Seríamos capazes de orar por uma pessoa que passa por nós visivelmente cansada, tristonha e desanimada? Seríamos capazes de amar pessoas que não são nossos amigos/família? Mas somos capazes de sentar ao lado daquele colega "estranho" da sala e perguntar-lhe se ele está bem? Somos tolerantes diante de pessoas cuja atitude contraria nossos princípios? Conseguimos separar a pessoa do pecado? Somos capazes de conviver com um homossexual, por exemplo, de maneira sadia e harmoniosa, mesmo não concordando com a postura dele? Estaremos acessíveis quando ele nos pedir um conselho ou uma ajuda ou simplesmente o afastaremos e o trataremos como se fosse um leproso?

Tudo começa do menor grau. De ceder um assento no ônibus a separar pecado de pecador. E isso, gente, não APARECE do nada! Isso é PRÁTICA. "O que me distingue de um espírita, então?", vc perguntaria. "Muitos praticam essas 'boas obras' e são cidadão exemplares! E quantos ateus são mais educados e gentis que aqueles que se dizem filhos de Deus?" A MOTIVAÇÃO deve ser nosso diferencial. Se tivermos a motivação correta, teremos a atitude correta e não nos importaremos tanto com o resultado, ou seja, não agiremos esperando agradecimentos, privilégios ou admiração humana. Se nossa motivação estiver distorcida, vamos achar que as "boas obras" aumentam nossa moral com Deus e tipo... NADA A VER, né!? Ele não nos ama por mérito, mas por graça. Nada do que façamos pode chegar aos pés da bondade dEle. E não podemos fazer nada para que Ele nos ame mais ou menos: Ele é a personificação do que é Amor.
E se nós ignorarmos o Alvo, se acharmos que basta ser crente dentro da igreja... Colega, tem algo muito errado! Nos tornaremos piores do que quem não conhece a Cristo. Porque, conhecendo-O e sabendo que Ele não quer nossa vida pela metade, achamos que ir pra igreja todo domingo já é o bastante.

Jesus Cristo nos deu Sua palavra e é por ela que devemos guiar nosso viver. E viver o Evangelho de maneira "sóbria" é vivê-lo de forma profunda, conscientes de que Ele requer todas áreas da nossa vida. Se estivermos seguindo um evangelho que nos isenta disso, este evangelho é falso e não tem valor algum; se estivermos firmados no verdadeiro Evangelho, saberemos que ele realmente implica em tudo isso, e tem valor eterno. A única coisa que o Evangelho não pode ser é "mais ou menos importante". Ou somos coerentes com o que dizemos acreditar e fazemos o que falamos, ou somos hipócritas. Ou buscamos em Deus a capacitação para sermos cada dia mais parecidos com Ele mesmo, ou nunca estivemos dispostos a participar dessa batalha, realmente. Porque quem tem posto a mão no arado, não pode olhar pra trás, ta ligado? Não há como ser "mais ou menos" crente. Jesus nunca nos deu essa opção.


Crendo no Eterno.